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Climatério – O esgotamento folicular fisiológico

Escrito por Jader Burtet

O número de folículos disponíveis tanto para a função endócrina quanto a reprodutiva, ao longo da vida de uma mulher, é definido ao nascimento. O maior número de folículos ocorre na vida intrauterina com pico às 20 semanas de idade gestacional (cerca de 6 a 7 milhões). A partir desse momento, existe uma onda de atresia (perda folicular) restando apenas entre 1 e 2 milhões ao nascimento. Durante a infância, a atresia segue ocorrendo, restando apenas 300.000 ao atingir a puberdade. Ao longo da menacma, a perda folicular segue ocorrendo por atresia, restando poucos folículos após os 40 anos de idade. 

Dessa forma, o climatério é o período de transição fisiológica da fase reprodutiva para a não reprodutiva. Ocorre pelo esgotamento folicular numérico. Menopausa é a última menstruação da vida. Só é possível realizar o seu diagnóstico retrospectivamente, após um ano de amenorreia.

A alteração hormonal mais precoce é a queda da inibina. A sua queda leva a uma elevação do FSH com consequente ligeiro aumento da produção de estradiol (muito fugaz e pouco expressiva). Isso leva a picos mais precoces de estradiol, encurtando o tempo entre as menstruações. Do ponto de vista clínico, no início do climatério, as pacientes podem referir menstruações frequentes.

Com o esgotamento folicular progressivo ocorre diminuição da produção de estradiol e, como consequência, a ausência do seu pico no final da fase proliferativa. Em decorrência disso, não ocorre o pico de LH e a paciente não ovula. Os ciclos passam a ser longos (menstruações infrequentes) até a instalação da amenorreia definitiva. Os níveis de FSH elevam até atingir um patamar. Os de LH passam a aumentar após os de FSH e também atingem um platô (no entanto, menor do que o do FSH).

Os sintomas típicos da síndrome climática incluem os fogachos (ondas de calor), o ressecamento vulvovaginal e as alterações de sono e memória. Eles ocorrem pela falta de estrogênio. Por esse motivo, a reposição hormonal, que pode ser indicada nessa fase, é a do estrogênio. Contudo, é importante também a programação de progesterona para proteção endometrial contra o efeito proliferativo do estrogênio. Os únicos pacientes que podem realizar terapia hormonal com estrogênio isolado são os que foram submetidos ao procedimento de histerectomia. 

FONTE: 

TAYLOR, Hugh; PAL, Lubna; SELI, Emre. Endocrinologia ginecológica clínica e infertilidade de Speroff . 9. ed. [ Sl ]: Lippincott Williams & Wilkins, 2018.

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Jader Burtet

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