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Como conduzir gestantes com resultado de sorologia para toxoplasmose IgM positivo?

Escrito por Fabiano Serra

Se a gestante nos traz um resultado IgM positivo, temos duas possibilidades: que a IgM esteja realmente positiva ou que seja um falso positivo. A avaliação de IgG e da avidez de IgG contribuem para a confirmação do diagnóstico de infecção aguda.

Se IgM positivo e IgG positivo devemos considerar infecção aguda e iniciar o tratamento de imediato. A conduta varia de acordo com a idade gestacional:

Se a idade gestacional for ≤ 16 semanas, inicia-se o tratamento com espiramicina 500 mg, 2 comprimidos a cada 8 horas (dose diária total de 3 g) e solicita-se teste de avidez da IgG. Se o resultado for alta avidez, significa que é uma infecção antiga (há mais de 16 semanas), e podemos excluir infecção aguda na gestação. Se o resultado for baixa avidez ou avidez intermediária, a infecção aguda não é descartada. Com isso, mantém-se espiramicina até 16 semanas, quando deverá ser trocada pelo esquema tríplice (sulfadiazina 3 g/dia + pirimetamina 50 mg/dia + ácido folínico 10 a 20 mg/3x por semana). A seguir, procede-se a investigação fetal após 18 semanas (e após 4 semanas da infecção).

Se a idade gestacional for > 16 semanas de gestação, inicia-se o esquema tríplice de imediato. A investigação fetal está indicada após 18 semanas (e após 4 semanas da infecção).

Se o resultado de IgM for positivo e o de IgG negativo, o tratamento deve ser iniciado imediatamente com espiramicina 500 mg, 2 comprimidos a cada 8 horas (dose diária total de 3 g) e solicita-se nova sorologia em 14 a 21 dias. Se houver manutenção de IgG como não reagente, trata-se de falso positivo para IgM. O tratamento é suspenso, a gestante será reclassificada como suscetível e o pré-natal deverá ser seguido no risco habitual (conduz-se como IgM e IgG negativos). Se IgG vem positiva, confirma-se soroconversão (infecção aguda) e o tratamento deverá seguir as diretrizes para a idade gestacional citadas no item acima (IgM e IgG positivos).

Após a investigação fetal de todos os casos, se o PCR do líquido amniótico for positivo para toxoplasmose, o esquema tríplice deverá ser mantido até o parto. Se o PCR vem negativo, suspende-se o esquema tríplice e retorna-se com a espiramicina que deverá ser mantida até o parto.

Para os casos de infecção aguda diagnosticados no terceiro trimestre de gestação, inicia-se o esquema tríplice independentemente da investigação fetal (não se faz necessária), uma vez que o risco de transmissão vertical é mais alto quanto maior for a idade gestacional.

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Fabiano Serra

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