Diagnóstico Gestação Herpes genital Tratamento

Herpes na gestante

Escrito por Jader Burtet

Herpes genital é a doença ulcerativa vulvar mais frequente. É causada pelo vírus herpes-simples tipos 1 e 2 (sendo o tipo 1 mais frequente no labial e o tipo 2 no genital). Em 2022, o Ministério da Saúde publicou o Manual de Gestação de Alto Risco trazendo pontos importantes no que tange ao manejo da paciente com herpes na gestação.

Todas as gestantes devem ser tratadas durante o episódio agudo de herpes genital. A droga recomendada é o aciclovir na dose de 200 mg por via oral. O tratamento da primoinfecção é a ingestão de 2 comprimidos a cada 8 horas, por 7 a 10 dias. Já nas recorrências, a orientação é a utilização da medicação na mesma posologia por 5 dias. Todas as pacientes que apresentarem algum episódio de herpes genital durante a gestação têm indicação de profilaxia de recorrência a partir de 36 semanas. O fármaco de escolha é novamente o aciclovir na dose de 200 mg, sendo indicado a ingestão de 2 comprimidos a cada 12 horas até o nascimento.

Em relação à via de parto, vale lembrar que a infecção herpética ativa tem alta probabilidade de contaminação do feto, sendo uma das indicações absolutas de cesariana. Todavia, em pacientes que tiveram episódio de infecção por herpes no terceiro trimestre, há a chance de persistir com algum grau de replicação viral no trato genital, mesmo que não apresentem lesões ativas. Assim, a diretriz do Ministério da Saúde recomenda cesariana para todas as pacientes que tiveram episódio de herpes genital com 28 semanas ou mais. Por exemplo, se uma paciente teve herpes genital com 31 semanas, mesmo tendo sido adequadamente tratada e apresentando remissão clínica das lesões, terá indicação de cesariana no termo. De qualquer forma, a indicação de cesariana não é um fator que indica a possibilidade de prescindir da profilaxia com aciclovir a partir da 36a. semana.

O objetivo da recomendação do parto operatório é reduzir a transmissão pelo contato direto do feto com o trato genital, a fim de prevenir complicações neonatais como a encefalite herpética.

 

REFERÊNCIA: 

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Manual de Gestação de Alto Risco. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2022/03/manual_gestacao_alto_risco.pdf. Acesso em: 18 set. 2023.

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