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Paciente com galactorreia? Saiba quais são as principais causas

Escrito por Fabiano Serra

A galactorreia, secreção de leite ou de um líquido leitoso pelos mamilos fora do período de amamentação, é um sinal intrigante que pode surgir em um espectro amplo de contextos clínicos. Embora frequentemente associada à lactação, a galactorreia pode ser um indicativo de diversos processos patológicos, hormonais ou fisiológicos subjacentes, que nos desafia a adotar uma abordagem diagnóstica meticulosa. Conheça as principais causas:

Medicamentos
A causa mais comum de galactorreia é o uso de medicamentos. Podem induzir galactorreia por meio do aumento dos níveis de prolactina, interferindo com a dopamina, um inibidor da secreção de prolactina. Antipsicóticos, antidepressivos, anti-hipertensivos, e drogas gastroprotetoras estão entre os mais comumente implicados. A revisão da medicação do paciente é essencial, considerando a possibilidade de ajuste ou substituição terapêutica.

Distúrbios Hipofisários
Outra causa frequente é a hiperprolactinemia, geralmente resultante de adenomas hipofisários, conhecidos como prolactinomas. Estes tumores benignos aumentam a secreção de prolactina, levando à produção de leite fora do contexto da gravidez ou lactação. A investigação deve incluir dosagens séricas de prolactina e, se elevadas, estudos de imagem da sela túrcica para avaliar a presença de massas hipofisárias.

Disfunções Endócrinas
Outras condições endócrinas, além da hiperprolactinemia, podem estar associadas à galactorreia. Distúrbios da tireoide, como hipotireoidismo, podem indiretamente elevar os níveis de prolactina e induzir galactorreia. A avaliação da função tireoidiana é, portanto, um passo importante na investigação.

Lesões e Estimulação do Tórax
Lesões no tórax ou cirurgias mamárias prévias, assim como estimulação excessiva dos mamilos, podem levar à galactorreia. A história clínica detalhada e o exame físico ajudam a identificar possíveis fatores mecânicos contribuintes.

Condições Idiopáticas
Em alguns casos, a galactorreia ocorre na ausência de hiperprolactinemia ou qualquer causa identificável, sendo classificada como idiopática. Nessas situações, uma abordagem conservadora, focada no acompanhamento clínico, pode ser adotada.

Considerações Diagnósticas
A abordagem diagnóstica à galactorreia envolve uma anamnese detalhada, exame físico, avaliação dos níveis de prolactina e, se indicado, estudos de imagem. Dependendo dos achados, outras avaliações, como testes de função tireoidiana e ressonância magnética da região hipofisária, podem ser necessárias.

Implicações Clínicas e Manejo
O manejo da galactorreia depende da causa subjacente. No caso de prolactinomas, o tratamento pode incluir terapia medicamentosa com agonistas da dopamina. Para galactorreia induzida por medicamentos, a revisão e ajuste do regime terapêutico podem ser necessários. Em situações onde um fator mecânico é identificado, a educação do paciente e a modificação do comportamento podem ser suficientes.

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Fabiano Serra

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