Herpes genital Via de parto

Qual a via de parto recomendada em pacientes com herpes genital?

Escrito por Fabiano Serra

Para todas as gestantes diagnosticadas com herpes genital existe indicação de terapia de supressão a partir das 36 semanas, cuja medicação recomendada é o aciclovir 400 mg, a cada 8 horas, até o final da gestação. Ao internar, a gestante deve ser questionada sobre sintomas prodrômicos e deve ser submetida a um exame físico criterioso com o intuito de diagnosticar lesões em vagina ou no colo do útero.

A via de parto será determinada de acordo com o tempo de contato com o vírus e se há lesões ativas no momento do parto. Podemos dividir as gestantes em 3 grupos:

Com episódio primário (quando a mulher não possui anticorpos contra nenhum tipo de herpes-vírus – HSV – e desenvolve lesões genitais com quadro clínico intenso): nesse caso existe alta replicação viral mesmo após a cura das lesões. A cesariana é indicada sempre que houver lesões ativas ou quando as lesões surgirem após as 28 semanas de gestação ou, ainda, se houver intervalo menor que 6 semanas entre as lesões e o parto. A cesariana deve ser realizada, idealmente, antes que haja rotura de membranas, mas a indicação também é mantida nos casos em que a rotura for maior que 4 horas. Se as lesões ocorreram antes das 28 semanas e não há lesões ativas no momento do parto, a via vaginal deve ser a preferencial.

Com episódio não primário (mulher que possui anticorpos específicos contra um determinado tipo de HSV e tem infecção genital por outro tipo de HSV): a recomendação é idêntica às gestantes com episódio primário.

Com episódios recorrentes (causados pelo vírus já diagnosticado anteriormente): se não houver lesões ativas no momento do parto, o risco de transmissão é extremamente baixo e a via vaginal deve ser preferencial. Deve-se evitar o uso de fórcipe ou vacuoextrator, pela possibilidade de presença viral, ainda que não haja lesões. Se houver lesões ativas em paciente com quadro recorrente, o risco de transmissão é de 3% e a parturiente deve participar da decisão sobre a via de parto.

Se houver rotura de membranas na prematuridade, é necessário pesar o risco-benefício da transmissão vertical e do nascimento. De todo modo, a gestante deverá ser tratada e, se entrar em trabalho de parto, a cesariana é preferida.

Se o parto for iminente e a gestante tiver lesões ativas, deve-se coletar material para análise e confirmação e deve-se administrar aciclovir endovenoso na dose de 5 mg/kg de peso a cada 8 horas. 

Para todos os casos, a equipe de Neonatologia deve ser avisada sobre os riscos.

Referências

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. Manual de gestação de alto risco. Brasília: Ministério da Saúde, 2022.

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Fabiano Serra

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