O tratamento do câncer de mama pode ser inicialmente cirúrgico ou quimioterápico. As pacientes com tumores com relação tumor-mama favorável, ausência de multicentricidade e sem radioterapia prévia na mama com o diagnóstico, podem ser submetidas à cirurgia conservadora, que consiste na setorectomia com a biópsia do linfonodo-sentinela. A cirurgia conservadora jamais pode prescindir da realização de radioterapia. Nos casos não listados, a opção pode ser a mastectomia com biópsia do linfonodo-sentinela ou a quimioterapia neoadjuvante (primária). Esse último tratamento é mais indicado para pacientes com tumores grandes e desejo de preservação da mama e, principalmente, para pacientes com tumores triplo negativos que apresentam altas taxas de resposta ao tratamento quimioterápico.
O esvaziamento axilar não tem necessidade de ser realizado, mesmo nos tumores com exame transoperatório de congelação, que evidenciaram positividade para metástases se foi realizada cirurgia conservadora, tumores com até 5 cm de diâmetro, até dois linfonodos-sentinelas positivos ou ausência de quimioterapia neoadjuvante prévia.
A quimioterapia será necessária quando o linfonodo-sentinela for positivo ou se a paciente apresentar outros fatores de risco para doença sistêmica. Alguns algoritmos online podem também ser utilizados para cálculos em relação ao risco de recorrência e decisão de realizar ou não quimioterapia.
O bloqueio hormonal será recomendado sempre que os receptores hormonais forem positivos. Tamoxifeno é a medicação mais utilizada, sendo os inibidores de aromatase, como letrozol e anastrozol, uma opção também adequada para pacientes pós-menopausa. A imunoterapia com trastuzumabe (terapia-alvo) é indicada para pacientes com expressão do marcador HER2 na imuno-histoquímica.
Pacientes com tumores triplo negativos (subtipo basal) costumam ter pior prognóstico pela biologia tumoral desfavorável, e também pela ausência de terapia-alvo para esses casos.
REFERÊNCIAS
FERNANDES, C. E.; SÁ, M. F. Silva de (ed.). Tratado de Ginecologia Febrasgo. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.
HARRIS, J. R. Doenças da mama. 5 ed. Rio de Janeiro: DiLivros, 2016.
